“WIT” e diretivas antecipadas de vontade no Brasil: O que ainda falta para a disseminação e a efetividade desse Instituto?
DOI:
https://doi.org/10.69818/gc.v1.n1.445-460.2024Palavras-chave:
Bioética Social, Diretivas Antecipadas de Vontade, Pacientes portadores de doença terminal, Serviços de SaúdeResumo
O presente estudo tem como objetivo geral demonstrar, a partir da história narrada no filme “Wit – Uma Lição de Vida”, as limitações das diretivas antecipadas de vontade geradas pelo cenário social brasileiro. A relevância da temática se revela diante da dificuldade de desenvolvimento de uma cultura das diretivas antecipadas de vontade no cenário brasileiro, mesmo após a regulamentação desse instituto pelo Conselho Federal de Medicina em 2012. Para alcançar sua finalidade, a presente pesquisa adotará como objetivos específicos a discussão preliminar sobre a relação entre a obra artística analisada e as diretivas antecipadas de vontade, a abordagem teórica sobre o estado da arte da regulamentação das diretivas antecipadas de vontade no Brasil e a análise crítica acerca das pesquisas científicas envolvendo as diretivas antecipadas de vontade no Brasil. Diante de toda a discussão, espera-se, como resultado, que seja demonstrado como as pesquisas científicas que abordam as diretivas antecipadas de vontade no Brasil serem meramente teóricas e exploratórias, voltadas a problemáticas que não são capazes de penetrar na realidade social, de modo a inviabilizar o enfrentamento aos fatores que limitam a disseminação das diretivas antecipadas. Utilizou-se como método de abordagem o método dedutivo e a pesquisa indireta bibliográfica e documental como método de levantamento de dados. Além disso, o presente trabalho traçou paralelos entre as situações narradas no enredo do filme “Wit” e os problemas fáticos enfrentados para a concretização das diretivas antecipadas de vontade como instrumento de garantia da autonomia de pacientes portadores de doenças terminais.
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