O transhumanismo e a transcendência do ser humano: o ideal prometeutico moderno
DOI:
https://doi.org/10.69818/gc.v1.n2.22-37.2024Palavras-chave:
Prometeu, Transhumanismo, Terapia gênica, Envelhecimento, Pesquisas em seres humanosResumo
A ligação entre o mito de Prometeu e o transhumanismo reside na temática de que ambos buscam o conhecimento, a superação das limitações humanas e o desafio às ordens estabelecidas pelo homem e pela ciência. Essa analogia, levanta questões éticas e filosóficas sobre os limites do conhecimento e do poder humano, bem como sobre o preço a ser pago por ultrapassar esses limites, uma preocupação que ressoa tanto no mito quanto nas discussões sobre os riscos e as promessas do transhumanismo e da imortalidade humana. O transhumanismo como um movimento filosófico e cultural defende o uso da ciência e da tecnologia para melhorar as capacidades humanas, superando as limitações biológicas e mentais naturais. O questionamento pretendido consiste nos desafios apresentados, quanto a ética aplicada aos sujeitos de pesquisa, submetidos a um modelo de atendimento centrado na disfunção genética para outra mais humanizada e voltada para o sujeito. O objetivo deste artigo é analisar sob a perspectiva humana, e através das lições trazidas pela bioética, se o avanço científico na busca pela redução dos efeitos das doenças consideradas incuráveis e com o aumento da expectativa de vida, poderá conduzir à perda da própria humanidade, violando o direito à autonomia do sujeito de pesquisa e aos direitos humanos como um todo.
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