Memória e responsabilidade: o legado dos casos Herzog e Guerrilha do Araguaia na luta pelos direitos humanos

Autores

  • Ana Cecília Galdino Palmério IBMEC-SP
  • Flávia Polenz Zimmermann IBMEC-SP
  • Thiago Giovani Romero IBMEC-SP

DOI:

https://doi.org/10.69818/gc.v1.n2.166-183.2024

Palavras-chave:

Corte Interamericana de Direitos Humanos, ditadura, Lei de Anistia

Resumo

Este ensaio tem como objetivo analisar a interseção entre o caso de Vladimir Herzog e a Guerrilha do Araguaia no contexto da Corte Interamericana de Direitos Humanos, ressaltando as implicações legais e sociais de ambos os casos. Nos últimos anos, a crescente atenção a questões de direitos humanos no Brasil evidencia a necessidade de uma compreensão mais clara sobre as responsabilidades do Estado em relação a violações cometidas durante a ditadura militar. O problema de pesquisa se concentra em como os casos de Herzog e da Guerrilha do Araguaia foram tratados pela Corte Interamericana e suas consequências para a justiça no Brasil. A relevância do tema se dá pela complexidade das violações dos direitos humanos, que envolvem não apenas aspectos legais, mas também sociais e históricos. A falta de responsabilização dos agentes estatais pode perpetuar a impunidade e dificultar o acesso à verdade e à justiça para as vítimas e suas famílias. Para a elaboração deste estudo, foi adotado o método dedutivo, permitindo uma análise detalhada das decisões da Corte Interamericana e sua aplicação no contexto brasileiro. O caso de Vladimir Herzog, um jornalista torturado e assassinado em 1975, exemplifica as graves violações cometidas pelo regime militar. A Guerrilha do Araguaia, por sua vez, representa um movimento de resistência que foi brutalmente reprimido. A Corte Interamericana decidiu que o Brasil era responsável por essas violações, afirmando que os atos cometidos devem ser considerados crimes contra a humanidade, desafiando a proteção oferecida pela Lei da Anistia. Assim, conclui-se que a atuação da Corte Interamericana é fundamental para promover a justiça e a verdade em casos de violação dos direitos humanos no Brasil. A responsabilização dos agentes estatais é essencial para construir um Estado democrático que respeite os direitos fundamentais e garanta um futuro livre de impunidade.

Biografia do Autor

Ana Cecília Galdino Palmério, IBMEC-SP

Discente no curso de graduação em Direito do IBMEC-SP.

Flávia Polenz Zimmermann, IBMEC-SP

Discente no curso de graduação em Relações Internacionais do IBMEC-SP.

Thiago Giovani Romero, IBMEC-SP

Docente no curso de graduação em Relações Internacionais do IBMEC-SP. Pós-doutorando em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutor em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FADUSP). Mestre em Direito Internacional pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Pesquisador da Cátedra Jean Monnet “Global Crossings” da Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: thiago.romero@live.com

Referências

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Publicado

2025-01-31

Como Citar

Palmério, A. C. G., Zimmermann, F. P., & Romero, T. G. (2025). Memória e responsabilidade: o legado dos casos Herzog e Guerrilha do Araguaia na luta pelos direitos humanos. Global Crossings, 1(2), 166–183. https://doi.org/10.69818/gc.v1.n2.166-183.2024

Edição

Seção

Ensaios